O caranguejo extraído dos mangues do município de Soure, tem mais sabor que os demais, porque se reproduz em meio à água salgada do mar, e a água doce, dos rios, dependendo da maré, afirma a coordenadora do ICMbio da região, Ellen Monique Barbosa, em entrevista concedida a este Portal.
Segundo a gestora, o mangue contribui para alavancar o turismo regional, valoriza a base comunitária extrativista ao seu entorno, na medida em que os próprios moradores protegem o bioma impedindo a captura predatória do caranguejo e respeitando o período de defeso.
Monique destaca a grande altura dos manguezais da costa de Soure, que chegam a atingir 30 metros, contra os 20 metros dos demais mangues de nossa costa atlântica.
“Aqui, a prática do laço, uma armadilha para prender o caranguejo em sua toca, é terminantemente proibida, porque muitos morrem sem serem içados, dada a quantidade de laços enterrados no mangue”, esclarece ela.
Ellen destaca que a comunidade está mais consciente de seu papel frente à natureza sob pena de ver escassear o seu ganha pão, que comercializa a carne do caranguejo tirada. a 70 reais o quilo, e vende os caranguejos ditos “patoludos”, com mais de dez centímetros, para Belém e outras cidades do Pará, auferindo bons lucros.
A coordenadora destaca outros produtos como sementes, fibras, açaí, palmito, argila e o peixe como elementos geradores de riqueza que não causam danos ao meio ambiente e mantém a renda para muitas famílias.