A população do Marajó tem talento nato para várias atividades como a dança, música, pesca, extrativismo, montaria em cavalos e búfalos, e para as artes manuais.
Em minha coluna, FALANDO SÉRIO, vou apresentar duas mulheres empreendedoras e talentosas, que geram trabalho e renda graças às suas qualidades criativas.
Falo primeiro de Rosilda Maria dos Santos, 53 anos, nascida em Salvaterra, que herdou da mãe a profissão de costureira, e consolidou-se na produção da camisa marajoara, que ganhou fama nacional e até internacional após cair no gosto de autoridades e produtores rurais.
Seus maiores clientes são o governador Helder Barbalho e a vice governadora, Hana Ghassan, o prefeito de Soure, Guto Gouvea, que tem uma coleção, além de produtores rurais do Marajó que sempre encomendam novas camisas a Rosilda.
Produzidas geralmente com tecidos de algodão, as camisas são enfeitadas com fitas galão e, eventualmente, recebem acabamento de bordados à mão, valorizando ainda mais a beleza da estampa.
Rosilda também atende a prefeitura na confecção de uniformes, camisas de trabalho, roupas para o hospital e escolas do município.
Atualmente ela tem a Lojinha da Mamãe, na quarta rua, onde expõe uma variedade de produtos com símbolos marajoaras que atraem cada vez mais turistas e moradores da região.
ARTE NAS MÃOS – Quando criancinha, a pequena Tifany brincava de moldar figuras de animais e peixes que via na fazenda onde morava com seus avós, utilizando a argila amolecida pelas patas dos cavalos dos vaqueiros que lidavam com os búfalos, nas manhãs chuvosas dos campos marajoaras.
Ao crescer, retornou à Soure para estudar e foi aperfeiçoar suas técnicas no Instituto Caruanas, da pajé Zeneida Lima, pelas mãos do designer Délio Saraiva.
O professor viu na menina moça, talento suficiente para fazer da escultura uma profissão e ela tratou de desenvolver novas técnicas, como queimar as peças em forno, desenvolver novos grafismos, aprimorar a pintura, selagem e acabamento das peças, que hoje lhe permitem viver de sua arte, pesquisar novos designers e produzir biojoias em cerâmica, com grande abertura de mercado. Tifany sonha promover cursos para outras mulheres que têm talento, porém, falta incentivo para realizar os sonhos que ela, determinada, alcançou.