Gastronomia da Amazônia se prepara para encantar o mundo durante a COP30, na capital paraense

 Gastronomia da Amazônia se prepara para encantar o mundo durante a COP30, na capital paraense

Com a chegada da COP30 a Belém, em 2025, a Amazônia não será protagonista apenas nos debates climáticos, ela também vai brilhar nos pratos. Empreendedores e chefs da região se mobilizam para transformar a biodiversidade amazônica em experiências gastronômicas, apostando em sabores únicos que só existem por aqui.

O tucumã e a pupunha, sementes aromáticas como o puxuri, e ingredientes como a flor de jambu e até a vitória-régia estão no centro de uma estratégia que une bioeconomia, turismo e cultura.

Joana Martins, associada da ASSOBIO – Associação dos Negócios de Sócio-bioeconomia da Amazônia, destaca que a gastronomia pode ser uma poderosa ferramenta de conexão com a Amazônia. “Por meio de reuniões, conversas e projetos estamos incentivando que restaurantes, bares e hotéis ousem em sua criatividade e usem os sabores que só existem aqui para proporcionar uma experiência culinária única para todos que estiverem na capital paraense durante a COP, explica a diretora da Manioca.

“Temos diversos produtos que podem ser usados para fazer doces ou salgados. Um exemplo é o puxuri, que é uma semente nativa da Amazônia, que possui um aroma e sabor semelhante ao da noz moscada, mas com um toque mais marcante e aromático”, complementa a empresária que também é diretora executiva do Instituto Paulo Martins.

Entre os destaques, está a vitória-régia. Conhecida por sua imponência visual, a planta aquática agora também conquista espaço no paladar. “Com ela, fazemos desde saladas, vinagrete, canapés, harmonização com peixes, ceviches veganos, risotos, em tábuas de frios e defumados. Ela também pode acompanhar drinques como o Cold Brew amazônico, uma bebida de café onde usamos a vitória-régia para a harmonização do drinque”, detalha Valéria Mourão, fundadora da Deveras Amazônia, marca especializada em produtos da biodiversidade local.

A flor de jambu é outra erva típica da Amazônia, famosa pela sensação de leve dormência na boca, também promete conquistar o paladar dos visitantes da conferência climática, já que o sabor diferenciado é um convite sensorial criativo.

Com a proximidade da COP 30, cresce em Belém a expectativa de que esses frutos ganhem mais visibilidade, tanto no Brasil quanto no exterior. Feiras gastronômicas, menus temáticos e incentivo à produção local são caminhos promissores para colocar os sabores da floresta à mesa de chefes de Estado, autoridades, mas também de todos que vivem na própria Amazônia.

“Nossos sabores são únicos no mundo. O exemplo disso é a flor de jambu. Podemos fazer pratos e drinques com a flor de jambu, mas o próprio paraense precisa conhecer seus sabores e lutar por eles. A gastronomia amazônica vai além do paladar, ela conecta o visitante com a floresta, com os povos tradicionais e com a biodiversidade da região. Precisamos conhecer e acreditar no potencial de nossos produtos. Eu acredito e por isso incentivo ao uso de nossos produtos”, enfatiza Tatiana Sinimbu, dona da Jambu Sinimbu.

Vale destacar que entre os 75 negócios que integram a ASSOBIO, 43% deles estão ligados à gastronomia, demonstrando que tanto em pratos, sucos ou “in natura”, os produtos da Amazônia oferecem uma explosão de sabores e uma oportunidade de conexão com a natureza e a cultura da região.

SOBRE A ASSOBIO

Formada por 75 associados em diferentes segmentos, a ASSOBIO é uma instituição representativa que visa promover pequenos e médios negócios dedicados à sócio-bioeconomia na Amazônia, integrando aspectos socioeconômicos e ambientais. Fundada com o objetivo de fomentar práticas empresariais responsáveis, busca conciliar o desenvolvimento econômico com a preservação do ecossistema amazônico e o bem-estar das comunidades locais. Atualmente, os empreendedores da ASSOBIO já monitoram seu impacto na região: somados, os 75 negócios da associação apoiam mais de 87 mil pessoas, espalhadas em 50 mil hectares por toda a Amazônia legal, onde a bioeconomia tem sido um caminho de renda e preservação.

Fotos: Divulgação

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