Pescadores de Belém para acesso ao crédito rural e aumento da produção

 Pescadores de Belém para acesso ao crédito rural e aumento da produção

Pelo menos 60 famílias, de três ilhas, na direção norte da capital paraense, Belém, podem dispor de crédito rural nos próximos meses, a partir de projetos elaborados pelo escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater).

Os moradores dos assentamentos federais Ilha Nova, Jutuba e Paquetá trabalham principalmente com extrativismo de açaí de várzea e pesca artesanal. O momento mais recente para repasse de informações e esclarecimentos às comunidades, na quinta-feira (15), na Ilha Nova, e reuniu a equipe de especialistas do Governo do Estado e representantes do Banco da Amazônia (Basa)

O objetivo do financiamento público pelas linhas A e Acredita, de valores individuais entre R$ 12 mil e R$ 50 mil, é estruturar arranjos produtivos com reforço de cacau e essências florestais (a exemplo de andiroba e cupiúba) no manejo de açaí nativo e prover utensílios para a captura de espécies como camarão regional, douradinha e piramutaba na Baía do Guajará. 

“Essas linhas de crédito são fantásticas para o agricultor familiar da Região Metropolitana. Consideram atividades tradicionais da segurança alimentar e de rentabilidade expressiva, fora o bônus de adimplência significativo, de até 40% de desconto no que tem que ser pago de volta. A roda da socioeconomia gira a favor, com resultado de desenvolvimento sustentável panorâmico”, aponta o chefe do escritório local da Emater em Belém, Emerson Penha, engenheiro agrônomo. 

O gestor salienta que a estratégia da Emater de prospecção faz parte do plano estratégico da Instituição para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (Cop-30), a se realizar no município em novembro: “São ações integradas, de inúmeras camadas de políticas públicas, que promovem dignidade humana, cidadania, produção de alimentos e abastecimento”, resume. 

Para a liderança José Carlos Cardoso, de 47 anos, mais conhecido como “Rambo”, da comunidade católica Menino Deus, na Ilha Nova, a oportunidade é única: “A Emater começa ajudando no manejo do açaí, que é uma coisa que eu mesmo não me sinto pronto, preparado, pra fazer com todos os detalhes: a gente limpa, tira toiceira, vê as mais altas, mas sei que existem cálculos, medidas, que a Emater orienta. E daí entra também a questão de crédito: é um dinheiro muito bem-vindo, que dá um impulso”, diz. 

Na entressafra do açaí, Rambo sustenta-se do camarão regional, fisgado com matapi de dentro do rio Mamão e  vendido no trapiche do distrito de Icoaraci: “A gente depende da maré – tem maré que dá e maré que não dá: na ‘maré de lance’, a maré grande, o camarão some; já na “maré de quebra’, maré pequena, a gente chega a pegar uns 50 quilos de camarão por semana”, explica.

Fonte e foto: Agência Pará de Notícias

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