Fiepa e Amazon Energy 2025: Rumo a uma Transição Energética Sustentável na Amazônia

Por REGINALDO RAMOS,
R3 Comunicação
Na busca pela transição energética rumo a uma economia de baixo carbono, a Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa) inaugurou, nesta quarta-feira, 25, o Amazon Energy 2025. O evento, parte das atividades da Jornada COP+, visa debater as oportunidades e desafios da matriz energética regional. Durante dois dias, especialistas, autoridades, empresários e representantes da sociedade civil se reunirão para discutir estratégias que equilibrem a expansão dos recursos energéticos e o desenvolvimento sustentável, levando em consideração as particularidades ambientais e sociais da Amazônia.
Alex Carvalho, presidente da Fiepa, destacou que os participantes terão a chance de explorar temas como diversificação da matriz energética, inclusão social, inovação tecnológica e preservação ambiental. Todos esses tópicos visam construir um futuro energético equilibrado e responsável para o Pará e a região amazônica. Ele enfatizou a importância de um debate amplo sobre um modelo de desenvolvimento econômico sustentável, baseado nas potencialidades de geração de energia, que incluem hidroeletricidade, energia solar e eólica. Carvalho lembrou que, embora o Pará seja um grande gerador de energia, enfrenta o paradoxo de altos custos energéticos.
Roberto Ardenghy, CEO do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), reiterou, em entrevista ao Portal amazoniamais.tv.br, o compromisso do IBP com uma transição energética justa e equitativa, proporcionando discussões sobre soluções para a Amazônia, especialmente para o Pará, que sediará a COP30 em novembro. Ardenghy afirmou que o consumo energético continuará a crescer nos próximos anos e ressaltou as condições favoráveis do Pará para o desenvolvimento de energias renováveis, apesar das promissoras perspectivas de produção de petróleo na região da Foz do Amazonas. Ele também mencionou o potencial agrícola do Pará para a produção de biocombustíveis a partir de biomassa.
Josiel Alcolumbre, presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Amapá, destacou, na mesa de abertura do evento, que a Amazônia vive um momento inédito de desenvolvimento sustentável. Ele afirmou que os recursos provenientes do petróleo financiarão a transição energética e outras formas de produção, como o cultivo de palma e milho, que servem de matéria-prima para a produção de óleo. Alcolumbre também informou que o Amapá está implementando um programa de governança que destinará recursos da exploração de petróleo ao reflorestamento de áreas degradadas e ao fomento de micro e pequenos negócios.
Antônio Batista, diretor da empresa Vita Digital Soluções e um dos organizadores do evento, ressaltou que o Amazon Energy visa promover discussões sobre diferentes fontes energéticas. Ele afirmou que, à medida que a demanda por energia aumenta, é necessário diversificar as fontes, incluindo fósseis e renováveis. Batista mencionou que a margem equatorial na Amazônia ganhou tração com várias empresas se habilitando a explorar a costa do Pará para a produção de petróleo, o que promete benefícios significativos para a população e os governos locais, especialmente em termos de empregos e investimentos.
O ex-senador Flexa Ribeiro, diretor-presidente da Companhia de Gás do Pará, também prestigiou e palestrou na abertura do evento, enfatizando que o Brasil é um exemplo mundial em energia limpa. Ele afirmou que o Pará tem o potencial de se tornar um grande produtor de energia renovável, assim como de energia tradicional. Ribeiro destacou que 50% da energia gerada no Brasil provém de fontes limpas, contrastando com a média global, onde apenas 15% é de energia limpa. “Estamos dando exemplos ao mundo, e aqui devemos ensinar, não ser ensinados”, concluiu.
Fotos e vídeos: R3 Comunicação
