MEC restringe uso de celulares em sala de aula

 MEC restringe uso de celulares em sala de aula

Por Pedro Medina, jornalista profissional

Todos os estudos acerca do uso intensivo de aparelhos celulares por crianças e adolescentes apontam prejuízos ao desenvolvimento de habilidades sócio-emocionais, perda do autocontrole, crises de ansiedade, irritabilidade e queda de rendimento escolar, dentre outros. Antigas brincadeiras como correr, criar jogos coletivos, as longas conversas sobre planos para o futuro ou problemas comuns da idade deram lugar ao aparelhinho que aliena, vicia com a alta carga de estímulos dopaminérgicos e abre janelas para molestadores e pessoas sem escrúpulos.
O livro “A Geração Ansiosa”, do filósofo Jonathan Haidt, best seller nos EUA e Inglaterra, recentemente lançado no Brasil, mostra como a hiperconectividade está causando epidemias de transtornos mentais na nova geração e propõe maior controle sobre os smartphones, instagram, tik tok e outros aplicativos pelo menos até os 16 anos.
“Os jogos on-line acabaram com a prática de atividades mais saudáveis e as relações inter familiares. Tudo está resumido a uma telinha”, destaca o autor.
Em razão de tudo isso, o MEC decidiu proibir o uso de celulares durante as aulas para alunos das escolas públicas e privadas, decisão essa que agradou as autoridades públicas e de ensino do país.
A própria Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda aos pais que seus filhos brinquem bastante nessa fase da vida onde o corpo está com mais energia e a inércia desencadeia sérios problemas desde os cognitivos até de saúde física e mental.
Os estudos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) detectaram que crianças e adolescentes permanecem horas na frente do celular ou computador, alimentando-se geralmente de produtos ultraprocessados, com muito sal, tornando-se obesos, sedentários e com possíveis problemas de saúde na idade adulta.
Os pais distraem seus filhos com jogos com medo da bagunça, mas as crianças devem mesmo é “correr e pular”, atesta o pediatra paulista Mauro Fisberg, em seu livro “O saber para saúde infantil”.
O planeta evoluiu muito rápido, mas os milhares de anos de evolução humana nada representam em face ao novo mundo virtual, cuja produção de informação é ilimitada e o desenvolvimento da inteligência artificial está afastando nossas crianças do mundo real.

Imagem: Divulgação

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