Técnicos da Sedap acompanham atividades de capacitação leiteira em Abaetetuba

 Técnicos da Sedap acompanham atividades de capacitação leiteira em Abaetetuba

No município de Abaetetuba, na Região de Integração Tocantins, mais precisamente na Fazenda Paraíso II, localizada na comunidade de Curuperé-Mirim, há cerca de 100 búfalos que foram transferidos do município de Cachoeira do Arari (da Fazenda Paraíso), no Marajó, e se adaptaram bem ao clima e às condições de alimento. Na última semana, técnicos da Coordenadoria de Produção Animal (Copan), da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e de Pesca (Sedap), estiveram no local para acompanhar as atividades de capacitação em controle leiteiro desses animais, que são oriundos das biotecnologias (Inseminação Artificial por Tempo Fixo – IATF e produzidos in vitro – PIVE. 

O desenvolvimento dessa cadeia é um dos carros-chefe de trabalho da instituição, por meio do Programa de Melhoramento Genético Animal, voltado ao arquipélago do Marajó e também para outras regiões de integração onde é desenvolvida a atividade.

Os búfalos da Fazenda Paraíso, segundo informou a médica veterinária da secretaria, Anelise Ramos, fornecem alta produção de leite – de 9 a 10 litros por ordenha. Embora sejam de regiões diferentes, em Abaetetuba eles se adaptaram bem ao clima e à pastagem. A propriedade será uma das participantes da quarta edição do torneio leiteiro de búfalas que será realizado na primeira semana de julho deste ano, no município de Cachoeira do Arari e que receberá o apoio da Sedap. 

“Esses animais passaram por IATF e reprodução de embriões, como são animais que têm uma alta produção de leite e no Marajó há uma época de estiagem, em que o capim fica mais fraco, os produtores trazem aqui para essa região (Abaetetuba) onde os animais têm uma melhor alimentação e não têm aquela quebra de produtividade; o búfalo é de fácil adaptabilidade. Como aqui é uma região que tem uma melhor exposição de alimentos, eles se adaptam mais rápido”, explica a especialista.

 Na propriedade há bezerros oriundos das biotécnicas (inseminação artificial ou a PIVE). A vantagem é que a fêmea – que em média tem um bezerro por ano – consegue ter mais de uma reprodução.

“Esses animais são melhores geneticamente, o ganho de peso é melhor. São animais mais encorpados (maiores). Pode aumentar a produção de leite; o produtor ganha na parte de laticínios”, avaliou

SELEÇÃO

De acordo com o proprietário da fazenda, João Rocha, que é presidente da Associação Paraense dos Criadores de Búfalos do Marajó, em Abaetetuba foram selecionados os animais de maior produção, tanto de leite quanto de peso para carne. É feito um trabalho de identificação do rebanho para poder fazer o melhoramento genético no local.

“As búfalas de famílias mais produtivas vêm pra cá, tanto de leite quanto de carne, para ter acesso a uma melhor pastagem com qualidade, com um clima melhor em relação ao Marajó, onde ocorre um desgaste. A gente explora o máximo da bubalinocultura, a dupla aptidão que o búfalo tem”, observou.

Os animais têm no mínimo 500 quilos. Segundo ele, algumas chegam a 800 quilos. “Já tivemos um touro que já bateu até 1.050 quilos. A gente procura sempre estar evoluindo. O pai do touro era da propriedade do Roberto Fonseca, um tradicional criador do estado; pesava 980 quilos. A gente procura sempre ir buscar com o aumento da produtividade, com relação das famílias com os filhos, superando sempre os pais”, acrescenta o criador.

A qualidade do leite de búfala é insuperável, como defende João Rocha. É um dos produtos mais bem aproveitados tanto nutricionalmente quanto para a indústria. O leite possui 40% mais de rendimento do que o bovino, segundo informou. 

“Isso tem um grande viéis aos laticínios. O rendimento dos seus produtos melhora muito, além do sabor magnífico que é do leite de búfala, a coloração é bem diferente. É bem mais branca do que o do bovino que é mais amarelado”, garantiu Rocha.  

APOIO

A secretaria apoia o produtor para garantir o acesso a tecnologias como às de reprodução por meio de melhoramento genético, segundo garantiu o médico veterinário Augusto Peralta, que integra a equipe da Copan. No caso específico da fazenda visitada, como destacou, os resultados positivos são visíveis. 

“A Sedap trabalha no apoio e incentivando o produtor a ter melhores condições e acesso às tecnologias como o IATF; e vendo essa tecnologia dando resultado, você tem produção e um alimento de qualidade na mesa do consumidor paraense e com isso ainda exportar”, disse.

Em média, com o uso de tecnologia, a produção leiteira tem aumento considerável, como observou Peralta. “A gente consegue ter qualidade; antes um animal produzia de cinco a seis litros de leite; hoje a média é de 10 a 15 litros de leite; com o acesso ao melhoramento genético, o produtor, em especial o marajoara, consegue ter melhor condição de incentivo, através da cadeia produtiva e consegue sustento e emprego”, ressaltou.

Fonte e fotos: Agência Pará de Notícias/Sedap

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