As águas subterrâneas sustentam diversos sistemas aquáticos como rios, lagos, mangues e pântanos. Elas são consideradas essenciais para manutenção de florestas em regiões de clima tropical ou seco. Ao mesmo tempo, o fluxo delas impede o ingresso da água salgada marinha no continente, sendo um recurso vital para a sobrevivência humana. No entanto, um novo estudo traz um alerta sobre a disponibilidade destas águas para o nosso consumo.
Um equipe do Instituto de Tecnologia de Karlsruhe (KIT), na Alemanha, criou um modelo com as mudanças projetadas nas temperaturas globais das águas subterrâneas até 2100. Baseando as projeções em dois cenários climáticos, SSP 2-4,5 e SSP 5-8,5, que refletem diferentes caminhos de desenvolvimento socioeconômico e futuras concentrações de gases de efeito estufa, eles determinaram que as temperaturas aumentarão em 2,1°C ou 3,5°C.
Algumas partes do mundo serão mais atingidas. Isso deve acontecer em locais com um lençol freático raso e/ou alto aquecimento atmosférico. Os pesquisadores explicam que não será mais seguro beber água sem tratamento. Pode ser necessário ferver primeiro, por exemplo.
De acordo com o estudo, entre 77 e 188 milhões de pessoas podem ser afetadas no melhor cenário. E de 59 a 588 milhões ficariam sem água potável no pior quadro.
O aumento da temperatura ainda pode levar ao aumento das concentrações de substâncias nocivas, como arsênio ou manganês. Essas concentrações mais altas podem ter um impacto negativo na saúde humana, especialmente quando a água subterrânea é usada como potável.
Este cenário também pode facilitar o crescimento de patógenos que afetam os ecossistemas, a biodiversidade e os ciclos de carbono e nutrientes. Por isso, os pesquisadores defendem que sejam adotadas ações para proteger as águas subterrâneas dos efeitos das mudanças climáticas.
Imagem: Piyaset/Shutterstock
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