Por Pedro Medina
O Pará vem se destacando como grande fronteira agropecuária brasileira detendo o segundo maior rebanho de bovinos e equinos, e o primeiro em bubalinos com mais de 700 mil cabeças, a maioria criada nos campos do Marajó
Na produção agrícola, o estado lidera as produções de cacau, dendê, mandioca, abacaxi e açaí, além de grande produtor de laranja, limão, maracujá, milho, pimenta-do-reino e coco.
O agro já representa 40% da riqueza gerada no estado e emprega milhares de trabalhadores no campo e nas cidades.
A Federação da Agricultura e Pecuária do Pará(Faepa), e a Secretaria de Desenvolvimento da Agropecuária e da Pesca(Sedap), têm papel relevante no avanço que o agronegócio conquistou nas últimas duas décadas diversificando e ampliando a produção de alimentos. Aves, suínos, peixes, camarões, ostras, caranguejos. Nossa produção diversificou e avançou em novas tecnologias, na introdução de sistemas agroflorestais, e na preservação do meio-ambiente, condição “sine qua non” para que nossos produtos sejam aceitos no exigente mercado internacional.
O 61º Encontro Ruralista, realizado pela Faepa, reuniu 134 presidentes de sindicatos de produtores rurais do estado para discutir tecnologia, inovação e comunicação, com produtores apostando em novas práticas voltadas para a preservação das florestas, a legalização fundiária, reforma agrária e novos arranjos produtivos com aumento da produção e do faturamento para o setor.
Segundo o presidente da Faepa, Carlos Xavier, o Pará possui 5 milhões de hectares de terras antropizadas, clima excelente e chuvas constantes que fazem do estado o grande celeiro de alimentos para o mundo.
O titular da Sedap, Geovanni Queiroz, destacou os avanços do setor produtivo, os novos financiamentos de estímulo aos produtores rurais e a presença do Estado como indutor do desenvolvimento agrário, através de pesquisas, apoio técnico e de equipamentos que contribuem para a agricultura familiar produzir cada vez mais alimentos.
A produção de soja expande-se em diversas regiões do estado e atinge o município de Uruará, na Transamazônica, e no interior de Portel, no Marajó, colocando o Pará como um dos grandes produtores da leguminosa e o Brasil como maior produtor mundial.
A produção de cacau deve atingir perto de 200 mil toneladas em 2024 com perspectiva de grande crescimento quando novos plantios realizados nos últimos anos iniciarem seu período de safra. Atualmente a maioria da safra é comercializada in natura ou na produção de nibs, processo de sementes fermentadas, secas, torradas e trituradas, prontas para serem industrializadas.
O registro nacional da indicação geográfica, indicando a origem do produto, como aconteceu com o queijo marajoara, a farinha de Bragança, o cacau da Transamazônica e o açaí do Marajó, valorizou nossos produtos, incentivou o turismo com rotas produtivas do campo e ampliou a comercialização nos mercados nacional e internacional.
O Encontro Ruralista deu destaque à Agricultura 4.0, o futuro do agronegócio sustentável, com utilização de drones, satélites, robôs, programas de computadores que monitoram lavouras, definem época de colheita, normaliza a utilização de insumos, defensivos e a quantidade de água necessária para cada tipo de plantio.
.
O Ministério da Agricultura e Pecuária(Mapa), criou o Plano de Desenvolvimento Agrário que empresta 280 mil reais para os pequenos produtores comprarem seus lotes com a metade dos recursos, e investirem o restante em arranjos produtivos na agricultura familiar, plantado alimentos da mesa da população, para a merenda escolar, refeições para os hospitais, e doações para famílias em situação de vulnerabilidade alimentar. O beneficiário terá 25 anos para pagar com juros de 0,5%
O maior problema apontado no evento, diz respeito à regularização fundiária e aos assentamentos do programa da reforma agrária, cuja burocracia e contendas internas nos estados procrastinam o processo trazendo instabilidade e insegurança no campo.
As florestas nacionais consideradas áreas de preservação com Jamanxim, Arapiuns, Caxiuanã, Tapajós e tantas outras, são motivos de constantes embates entre quem quer produzir e os preservacionistas, principalmente com a nova política de crédito para sequestro de carbono da natureza, em fase de aprovação no Congresso, que poderá alterar as políticas de utilização do solo e das florestas.
Deixe um comentário