Muito da COP do Arzebaijão ficará para ser resolvido em Belém, na COP 30

 Muito da COP do Arzebaijão ficará para ser resolvido em Belém, na COP 30

Berço do meio ambiente mundial, com cerca de 30 milhões de espécies de animais, o maior bioma do mundo está no Brasil. A Amazônia será, no próximo ano, palco de discussões importantes relacionadas ao clima. A Conferência Mundial do Clima, a COP30, será realizada em novembro de 2025, em Belém, capital do Estado do Pará. A cidade já passa por uma série de obras estruturantes e se prepara para receber delegações de 195 países naquela data.

A previsão é de que pontos importantes a serem discutidos na Conferência do Clima da ONU, que começa dia 11 de novembro, no Azerbaijão, fiquem em aberto e só sejam realmente definidos na COP30, em Belém.

“A COP30 acontece dez anos após o Acordo de Paris, um momento em que todos os países vão precisar revisar suas ambições. A COP de Belém tem várias importâncias estratégicas. Primeiro, ela está acontecendo numa floresta tropical mais importante do mundo e as atenções vão estar voltadas para questão do desmatamento, uso da terra, questões dos povos originários, como ribeirinhos, quilombolas e indígenas. Essa discussão toda é muito importante. Mas é também importante que na COP de Belém, daqui um ano, a gente amplie essas ambições dos países. O Brasil tem um papel estratégico no momento”, explica André Guimarães, diretor executivo do IPAM, o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia.

Para Jean Ometto, pesquisador sênior do INPE, “o Brasil tem uma responsabilidade muito grande na agenda ambiental. Nós somos um país continental, nós temos a maior floresta tropical do mundo, nós temos uma diversidade de biomas enormes, culturais enorme. Então, o Brasil pode, sim, ser um ator importantíssimo na transformação com relação à sustentabilidade.”

Com 1.303.389 habitantes, de acordo com o IBGE, Belém passa por obras importantes, criando novas vagas no setor hoteleiro e novos viadutos. Além disso, as obras estão aceleradas no Parque da Cidade, local escolhido para sediar as discussões sobre mudanças e adaptações climáticas. O Parque representa a maior obra de intervenção urbana em execução no Pará.

“É do interesse total do Brasil solucionar o tema climático, não só porque a gente tem as oportunidades, mas porque nós somos vulneráveis. (…) Pela primeira vez no plano clima a gente tem sete setores de mitigação e 16 setores de adaptação. Planos de adaptação que a gente vem construindo com todos os ministérios, na agricultura, nas cidades, transporte, biodiversidade, onde o Brasil precisa correr atrás, principalmente, Estados e municípios, que também temos Estados e municípios fazendo o seu trabalho, de criar seus planos de adaptação porque, infelizmente, o evento climático extremo já está presente e vai continuar presente”, afirma Ana Toni, secretária nacional de mudança do clima do Ministério do Meio Ambiente.

Fotos: Reprodução

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