A Alcoa Foundation assinou parceria com o Instituto Pronatura International, agência global com 38 anos de experiência em desenvolvimento socioeconômico sustentável, para impulsionar novas cadeias de valor em Juruti, no oeste do estado do Pará. O objetivo é aplicar soluções integradas de mercado, que sejam mensuráveis e escaláveis, para oferecer sustentação e independência financeira para os negócios locais das comunidades após o ciclo de mineração da Alcoa na região.
Inicialmente já foram selecionadas quatro cadeias de valor com potencial de expansão no município: mandioca, restauração florestal, açaí e frutas em geral e turismo ecológico-cultural de base comunitária. Marcelo Carvalho de Andrade, fundador e Chairman Pronatura International, conta que outra possibilidade está ligada a créditos de carbono. Além de compensar emissões, a ideia é incrementar a renda dos moradores e ainda contribuir para a mitigação das mudanças climáticas.
“Vamos analisar a viabilidade de créditos de carbono alavancarem cadeias produtivas âncoras e também descarbonizarem economias agrícolas, promovendo conservação da biodiversidade, desenvolvimento sustentável da população e resiliência climática. Acreditamos que esse sistema pode impactar significativamente a vida do pequeno produtor local, gerar renda e trazer progresso econômico para a região”, explica Marcelo.
Com duração de um ano, o trabalho analisará o potencial das cadeias de valor já existentes, em relação à segurança alimentar e garantia de processos produtivos agrícolas, identificando oportunidades de excedente futuro para a comercialização e geração de riquezas vinculadas a diferentes modos de vida e manejos dos produtos florestais. Será usada a metodologia Shared Value Platform (SVP), que cria uma cadeia transversal de valores capaz de integrar as comunidades e promover práticas sociais, econômicas e ambientais ainda mais sustentáveis para o município, que fica no coração da Floresta Amazônica.
O estudo, que envolve mapeamentos, entrevistas e visitas a campo, levantará quais cadeias de valor, além das relacionadas ao sistema alimentar praticado, são também ambições sociais das comunidades e possíveis de serem fomentadas para geração de renda, trabalho, afirmação da identidade e pertencimento ao território. Ao todo serão quatro visitas da agência ao município.
“A Alcoa Foundation tem o prazer de apoiar este projeto, que ajudará as comunidades a aproveitarem os produtos locais para construir fluxos de renda sustentáveis e promover o crescimento econômico na região”, afirma Caroline Rossignol, presidente da Alcoa Foundation.
EMPREENDEDORISMO
Outros projetos de incentivo ao empreendedorismo da Alcoa Foundation já promovem o desenvolvimento social e econômico em Juruti, fortalecendo a autonomia das comunidades:
- Centro Tecnológico em Geociências e Engenharia Aplicada: investimento de R$ 2,1 milhões em equipamentos e materiais para a criação de laboratórios de Geoestatística e Planejamento de Mineração e Mecânica de Rochas e Solos, em Juruti, e Laboratórios de Análises Químicas, em Santarém, em parceria com a Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa). A inauguração está prevista ainda para este ano, incentivando a inovação e favorecendo, inclusive, outras empresas que necessitam de profissionais qualificados na região.
- Banco Juruti Sustentável (Banjus): parceria entre a Alcoa Foundation e o Instituto Juruti Sustentável (IJUS), o Banjus facilita o acesso ao crédito para empreendedores da região com negócios sustentáveis ativos, nas áreas de produção de alimentos orgânicos, sistemas agroflorestais e coleta de resíduos sólidos, por exemplo. Na estratégia piloto do projeto, em 2021, foram investidos R$ 929 mil em 10 comunidades, alcançando 10 famílias. Já em seu primeiro edital, executado em 2023, o banco comunitário beneficiou 34 empreendimentos, injetando mais de R$ 600 mil na renda dos clientes.
- Juruti UP: realizado pelo Centro de Empreendedorismo da Amazônia com o apoio da Alcoa Foundation, com investimento de R$ 1 milhão, o projeto promove o empreendedorismo sustentável entre os jovens da região, por meio de metodologias como design thinking e psicologia positiva. O propósito é estimular ideias de negócios e oferecer educação empreendedora para contribuir com o desenvolvimento sustentável da Amazônia, com foco nas riquezas da floresta, biodiversidade e agricultura sustentável. Em 2023 a pré-aceleração contou com a participação de 76 integrantes em 12 cadeias produtivas.
Imagens: Divulgação
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