Petrobrás pronta para perfurar em águas profundas no Amapá
POR PEDRO MEDINA
O petróleo será uma fonte utilizada para muitos fins nos próximos 20 ou 30 anos, não só para a produção de combustíveis como também nas indústrias de medicamentos, cosméticos, plásticos, asfalto e tantas outras.
A Petrobrás pretende perfurar o que ela batizou de “Amapá em águas profundas”, na área denominada de Foz do Amazonas, que depende de licença ambiental do Ibama, que reluta em conceder a licença por pressões dos defensores da energia limpa e renovável. É a conhecida e polêmica margem equatorial.
A COP 30, que acontecerá em Belém em 2025, irá certamente direcionar suas baterias contra a empresa, alegando um maior aquecimento global gerado pela queima de combustíveis fósseis.
O Tratado de Kioto, de 1997, que pretendia conter o avanço dos combustíveis na economia mundial, jamais foi cumprido nem por países em desenvolvimento e tampouco pelos desenvolvidos.
E os resultados têm sido catastróficos, como indicam as mudanças climáticas, com o planeta dando sinais de fadiga, e pondo em risco a vida do ser humano na terra.
Muitas COPs se passaram e a pergunta que não quer calar é se a Conferência das Partes em Belém será mais uma, ou representará um divisor de águas nessa luta do rochedo contra o mar.
Com a descoberta de novos poços na costa do nordeste e também no sul e sudeste, os poços do Amapá poderão ficar fora dos planos da empresa, justamente na região que mais necessita dos royalties do petróleo para desenvolver-se e alcançar melhores níveis de qualidade de vida, muito abaixo da média brasileira. Somente o futuro dirá que irá ganhar ou perder nesse jogo de interesses envolvendo o poder econômico, a sustentabilidade e a preservação do meio-ambiente.
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