Começa neste sábado, 15, o primeiro período do Vazio Sanitário da Soja no Estado do Pará. No segundo semestre de 2024 haverá outros dois períodos, quando ficam proibidos o cultivo de soja e a presença de plantas vivas da espécie nas propriedades produtoras. O objetivo é proteger as plantações do fungo Phakopsora pachyrhizi, causador da ferrugem asiática, considerada uma das doenças mais severas que incidem na cultura da soja, podendo ocasionar a perda de até 90% da safra.
A Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará – Adepará faz o controle da ferrugem asiática. São competências da Agência de Defesa realizar o cadastro anual de produtores, monitorar a ocorrência da praga durante o período de safra e fiscalizar o cumprimento dos períodos do vazio sanitário e do calendário de semeadura.
O cadastro anual de produtores e das plantações também é importante por permitir uma ação mais rápida e eficiente em situações de emergências fitossanitárias e no atendimento de focos de pragas, capazes de reduzir a produção e causar prejuízos aos produtores.
MENOR RISCO
A fiscal estadual agropecuária Thaís Leão explicou que o Vazio Sanitário minimiza o risco de ocorrência dessa praga no plantio da próxima safra. De acordo com a fiscal, o produtor pode plantar outras culturas nesse período. “A ferrugem asiática chega a causar dano de até 90% em um plantio de soja. Nesse período, o produtor pode trabalhar com outras culturas, como milho, sorgo ou qualquer outra cultura que não seja soja”, reforçou.
A gerente de Programas de Pragas de Importância Econômica, engenheira agrônoma Alice Thomaz, alertou para a necessidade de cumprimento da legislação nesse período. “Nossa preocupação é manter a fitossanidade da sojicultura paraense. Se as normas não forem cumpridas pelos produtores, corremos o risco dessa praga se estabelecer em nosso Estado, e assim ocasionar perdas significativas na produção”, explicou.
O Pará tem vivenciado um grande crescimento na fronteira agrícola do agronegócio da soja. A área plantada vem aumentando de forma célere a cada safra. “É muito importante a colaboração dos produtores para o crescimento e a manutenção da fitossanidade dessa cadeia produtiva, e para que o complexo da soja continue sendo o principal grupo de produtos da pauta de exportação do Estado”, ressaltou a gerente.
Os três períodos do Vazio foram estabelecidos pela Portaria nº 1.111/2024, do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
Calendário dos períodos do Vazio Sanitário:
– De 15 de junho a 15 de setembro – 33 municípios e mais dois distritos de Altamira.
– De 1° de agosto a 31 de outubro – 70 municípios da região nordeste e parte da Região Metropolitana de Belém.
– De 15 de agosto a 15 de novembro – 37 municípios do Baixo Amazonas, Xingu e parte do Arquipélago do Marajó.
Confira, a seguir, os municípios que ficam proibidos de plantar soja e manter plantas de soja vivas durante o primeiro período do Vazio Sanitário, de 15 de junho a 15 de setembro de 2024:
REGIÃO I
Bannach, Conceição do Araguaia, Cumaru do Norte, Floresta do Araguaia, Pau D’Arco, Redenção, Santa Maria das Barreiras, Santana do Araguaia, Ourilândia do Norte, São Félix do Xingu, Tucumã, Água Azul do Norte, Rio Maria, Sapucaia, Xinguara, Brejo Grande do Araguaia, Itupiranga, Marabá, Nova Ipixuna, Palestina do Pará, Piçarra, São Domingos do Araguaia, São Geraldo do Araguaia, São João do Araguaia, Canaã dos Carajás, Curionópolis, Eldorado do Carajás, Parauapebas, Aveiro, Itaituba, Jacareacanga, Novo Progresso e Trairão, além dos distritos de Cachoeira da Serra e Castelo de Sonhos, pertencentes ao município de Altamira.
Foto: Divulgação
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