Cientistas desenvolvem método de análise de solo em recuperação na Amazônia

 Cientistas desenvolvem método de análise de solo em recuperação na Amazônia

Cientistas brasileiros acabam de desenvolver um método que analisa genes e proteínas de amostras de solo e, com isso, conseguem quantificar e qualificar a biodiversidade presente em áreas de recuperação florestal da Amazônia. A diferença da pesquisa está na técnica de análise usada por pesquisadores do Instituto Tecnológico Vale (ITV), pertencente à Vale, que consiste na análise do DNA e de proteínas associadas à ciclagem de nutrientes e fixação de carbono.

“Trabalhamos com aproximadamente 100 a 200 amostras de solo por ano para análise de DNA e de proteínas. Essas são acompanhadas de amostragens físicas e químicas, acompanhando a implementação dos sistemas agroflorestais da meta florestal da Vale”, detalha Rafael Valadares, um dos responsáveis pela condução dos estudos.

De acordo com o pesquisador, as amostras analisadas ajudam na identificação dos organismos presentes no solo e nas suas funções, o que condiciona uma apuração mais aprofundada sobre a biodiversidade, podendo captar se houve melhorias ao longo do tempo naquele terreno, que técnicas convencionais não conseguem mapear.

A partir dos resultados analíticos e de um banco de dados de espécies nativas da região, é possível realizar o mapeamento da flora e fauna dos terrenos onde houve intervenção, identificando espécies existentes e possíveis ganhos de biodiversidade com a implantação da agricultura regenerativa.
A pesquisa avalia também a quantidade de macronutrientes presentes no solo. Para os cientistas, o próximo passo é transformar o método em ferramenta de mensuração para Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA) e até gerar créditos de biodiversidade.

”Existe o mercado de crédito de carbono e o mercado de créditos de biodiversidade, ainda em formação. Apesar de ainda não haver regras definidas, é sabido que precisamos de métricas precisas para medir ganhos de biodiversidade no solo ou em áreas protegidas”, alerta Valadares.

Atualmente, o ITV trabalha com o método para avaliar o aumento da biodiversidade em áreas que são financiadas pelo Fundo Vale em cumprimento da Meta Florestal 2030 da maior mineradora do país, que amarga em seu histórico processos judiciais referentes a danos socioambientais causados pelo rompimento de barragens em Mariana e Brumadinho (MG) em 2015 e em 2019, respectivamente.

De acordo com a empresa, o projeto prevê a recuperação de 100 mil hectares e proteção de outros 400 mil hectares, em caráter voluntário.

Foto: R3 Comunicação

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