Intercâmbio nacional fortalece turismo rural e agricultura familiar no Pará

 Intercâmbio nacional fortalece turismo rural e agricultura familiar no Pará

No final deste mês de outubro, o Pará recebeu um grupo de 15 produtores rurais do Mato Grosso do Sul, participantes do projeto Prospera/MS, para um intercâmbio focado na valorização da agricultura familiar e nas práticas sustentáveis da Rota Turística Amazônia Atlântica. Esta iniciativa busca incentivar o desenvolvimento rural sustentável e a preservação ambiental, promovendo uma troca de experiências enriquecedora para ambas as regiões.

A conexão com a Rota Amazônia Atlântica ocorreu após a participação da Fazenda Bacuri, uma das principais empreendedoras da rota, em edições do Pavilhão da Agricultura Familiar, promovido pelo Prospera/MS.

Para Hortênsia Osaqui, CEO da Rota Amazônia Atlântica – um projeto da Fazenda Bacuri em parceria com diferentes empreendedores rurais -, “o Prospera oportuniza aos produtores o conhecimento de diferentes modelos de negócio. Aqui trabalhamos o turismo rural na Amazônia. E esse é um trabalho que a gente vem desenvolvendo já algum tempo com o pessoal do Mato Grosso do Sul. Fomos a feiras, conhecemos produtores, fizemos algumas palestras e o projeto foi selecionado, para entender como funciona a nossa rota”

O roteiro do intercâmbio no Pará incluiu visitas a propriedades e pontos turísticos relevantes nas cidades de Bragança e Augusto Corrêa, com destaque para a Fazenda Bacuri, o Observatório do Sacaca e o Sítio Raiz. No primeiro dia, o grupo foi recepcionado no Hotel Urumajó, que ofereceu uma experiência de hospedagem rústica e confortável, propícia para a imersão no ambiente local. Nos dias seguintes, eles vivenciaram atividades que iam desde caminhadas em locais históricos até a participação em oficinas de hotelaria rural e agricultura sustentável.

O segundo dia foi marcado pela Caminhada Retumbão, em Bragança, onde os visitantes exploraram a história agrícola e cultural da região. Após a caminhada, o grupo foi recepcionado com um jantar tradicional no Restaurante Casa da Dika, que destacou pratos preparados com insumos da agricultura familiar e da pesca artesanal.

“A troca de saberes entre essas regiões reafirma o compromisso do Pará com o turismo sustentável, fortalecendo a economia local e a valorização cultural. Queremos que esta seja uma referência para outras regiões”, afirmou o secretário de Turismo do Pará, Eduardo Costa.

Na ilha de Perimerim, em Augusto Corrêa, os participantes do intercâmbio conheceram o cotidiano dos pescadores
Na ilha de Perimerim, em Augusto Corrêa, os participantes do intercâmbio conheceram o cotidiano dos pescadores

A visita seguiu com experiências marcantes, como a ida à Ilha do Perimerim, onde os participantes conheceram o cotidiano dos pescadores e a biodiversidade das reentrâncias paraenses. No Sítio Raiz, em Bragança, os produtores puderam acompanhar o processo de plantio e produção de farinha de mandioca e beiju, em um dia dedicado à tradicional “Casa do Forno”.

Na Fazenda Bacuri, último destino da programação, o grupo teve contato com a agroindústria orgânica familiar, incluindo atividades de micoturismo e um almoço com produtos regionais, que ressaltou a importância da preservação e valorização dos insumos locais. O intercâmbio foi encerrado com um happy hour no Hotel Urumajó, onde houve um momento de diálogo com empreendedores locais, promovendo uma rica troca de conhecimentos.

“O Prospera, para mim, foi um divisor de águas, esse intercâmbio. Muita coisa que eu quero fazer e participar aqui do meu município já está andando no projeto. E a gente vê que dá para fazer sim, é possível. Mostrar para os moradores de Coxim é o maior desafio. O que tem acontecido é as pessoas desistirem da própria cidade. Eu aprendi muito”, afirmou Adriana das Neves Costa, de Coxim do MS, onde trabalha com velas aromáticas com o tema Made in Pantanal.

A culinária bragantina foi um dos pontos altos da programação em Bragança, com ida à casa de farinha, como a do Sitio Raiz
A culinária bragantina foi um dos pontos altos da programação em Bragança, com ida à casa de farinha, como a do Sitio Raiz

Adriana contou que seu grande sucesso de vendas é o Flor de Pequi, ao citar exemplos que conheceu em olarias, atrações culturais, produção de mandioca, produtos rurais e a típica culinária do Pará. Elementos que podem ser explorados turisticamente. “De forma consciente como eu vi lá. Até hoje estou encantada e impactada com tudo que aprendi”

“O resultado da visita foi o esperado pelo projeto, de proporcionar aos pequenos produtores rurais do Mato Grosso do Sul a possibilidade de compreender como a Rota Amazônia Atlântica está se desenvolvendo, e já vem sendo comercializada com experiências únicas e realizadas por pequenos produtores ou extrativistas da região”, avaliou o técnico em Planejamento e Gestão de Turismo da Setur, Allyson Neri.

O Prospera/MS, idealizado pela senadora, Soraya Thronicke, e realizado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) em parceria com o Instituto de Desenvolvimento Socioambiental (IDS), incentiva a agricultura familiar no Mato Grosso do Sul, introduzindo novas tecnologias e aprimorando as práticas comerciais de pequenos e médios produtores.

Foram contemplados 3 destinos para esse intercâmbio: Pará, Bahia e Rio Grande do Sul. Ao todo, 45 produtores foram selecionados e se dividiram em grupo de 15 pra vivenciar os 3 projetos de sucesso no Brasil.

“Foi uma experiência única, muito enriquecedora, onde pudemos fazer uma imersão em outra cultura, novos paladares, novas ideias, novas técnicas. Troca de experiências e uma vivência que ficará para sempre em nossa mente e nosso coração. O objetivo principal do intercâmbio é conhecer o modelo de negócio sustentável desenvolvido pela Rota Turística Amazônia Atlântica, analisando os desafios, os impactos positivos e os resultados alcançados para o fortalecimento da comunidade local. A troca de experiências visa trazer novas perspectivas para a agricultura familiar no Mato Grosso do Sul, fortalecendo ainda mais a adoção de práticas sustentáveis e inovadoras no setor agrícola”, afirma o diretor administrativo do IDS – Instituto de Desenvolvimento Socioambiental, Rodrigo Mynssen de Pinho

Fonte: Setur
Foto: Divulgação

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